Nasceu em Lisboa. 

   Por motivos familiares foi levado para o Brasil quando ainda não sabia andar e foi nesse pais maravilhoso onde cresceu, e aprendeu a falar, a escrever e a andar, descalço e de sunga, feito moleque, cruzando a estrada que o levaria da escola até à praia.

   Com o tempo veio a preocupação, e quase uma década depois voltaram para Portugal, onde ficou até concluir a sua licenciatura em direito.

   Objetivo cumprido!, congratulava-se o recém-formado. Guardou o diploma num lugar de destaque no armário do seu quarto e deixou-se levar pela ambição e pela curiosidade que o atormentavam até então, e os quais já não mais poderia ignorar.

   Durante vários anos viveu em Barcelona e, mais tarde, aventurou-se para norte em busca do frio da Noruega, onde o calor de uma ONG lhe aqueceu os pés, os dias e a alma.

   Porém, não foi o trabalho humanitário que o tornou quem ele é: foi o mar, esse filho da natureza que tudo transforma. E tal como um vírus sem cura, quando ele lhe tocou, o mar redifiniu-o. Tornou-se skipper de barcos à vela e a fusão com a natureza, provocada pelos longos períodos a navegar, evidenciou o seu interesse pela escrita. Navegou por oceanos e mares longínquos, conheceu os quatro cantos do mundo e suas gentes, suas culturas e civilizações, e viveu em outros tantos locais.

   Nesse momento,  a metamorfose literária já era irreversível.

   Em 2010 voltou para Cascais, onde vive com sua mulher e filhos. 

   Hoje, escreve para ele, para os seus filhos e, também, para quem quiser ler as histórias que tem para contar.

   Continua ligado ao mar.